Governos regionais aceleram a adoção das parcerias
para tirar da gaveta obras de saneamento, mobilidade e infraestrutura
predial e podem celebrar contratos antes mesmo do anúncio de alívio
fiscal pelo Planalto
Dez projetos de
Parcerias Público- Privadas em sete estados e no Distrito Federal já
estão em fase final e devem sair do papel ainda este ano. Os
empreendimentos estão localizados no DF e em São Paulo, Bahia, Ceará,
Paraná, Pernambuco
e Minas Gerais que concentra três projetos. A maioria das obras é
voltada para o setor de saneamento (5). Há ainda obras de mobilidade
(2), infraestrutura predial (2) e serviço de atendimento ao cidadão (1).
É
um avanço importante, avalia o consultor Bruno Pereira, coordenador do
portal PPP e responsável pelo levantamento, lembrando que há estados se
aventurando pela primeira vez na modalidadeParaná e Espírito Santo. Além do mais, ressalta, de 2004 até julho do ano passado, só 17 contratos foram celebrados.
Nos
últimos 12 meses, só mais um foi firmado: o Sistema Produtor do
Agreste, PPP entre a Companhia de Saneamento de Alagoas (Casal) e a CAB Ambiental,
vencedora da licitação para implantar um sistema adutor e recuperar as
adutoras existentes na região. Embora todos tenham condições de sair
ainda neste ano, os estágios dos projetos variam.
Dois
já estão em fase de licitação Ceará (eficiência energética do Centro de
Eventos do Estado) e Pernambuco (Sistema Sanitário da Região
Metropolitana do Recife e do Município de Goiana). Cinco encerraram a consulta pública e três estão nessa fase do procedimento.
Contexto
A desoneração, prometida pelo ministro Guido Mantega (Fazenda) em junho, vai baixar os custos dos projetos e, espera-se, aumentar o interesse de empresas e governos estaduais, principalmente, mas também municipais e da iniciativa privada na realização de parcerias.
A desoneração, prometida pelo ministro Guido Mantega (Fazenda) em junho, vai baixar os custos dos projetos e, espera-se, aumentar o interesse de empresas e governos estaduais, principalmente, mas também municipais e da iniciativa privada na realização de parcerias.
O governo foi bastante vago ao falar do
benefício, mas o entendimento é que fará uma engenharia contábil parar
tirar o Imposto de Renda (25%) e o PIS/Cofins (9,25%) dos valores de
contraprestação desembolsados pelos entes púbicos. Assim, aliviaria os
projetos do peso de 34,25% em tributos federais. Antes do recesso
parlamentar, a aposta para viabilizar a novidade era uma emenda à Medida
Provisória (MP) 564, que já estava na pauta do Congresso. A MP passou,
mas a emenda caiu.
Até porque, a ministra do
Planejamento, Orçamento e Gestão, Miriam Belchior, afirmou que a
novidade viria junto com a ampliação do teto de comprometimento das
receitas líquidas dos estados com empréstimos. Outra possibilidade para
implementar o benefício seria a aprovação do projeto de lei número 2.892
de 2011, do deputado Arnaldo Jardim (PPS-SP), presidente da Frente
Parlamentar de Defesa da Infraestrutura.
Contudo, o
governo não parece disposto a deixar a autoria da iniciativa para
parlamentares, seja para usufruir dos louros, seja por divergências na
redação do projeto. Agora, a perspectiva é de que a norma saia ainda
neste ano e abranja os contratos que já tenham sido celebrados.
Finalmente,
o governo deverá por na mesa o que realmente será oferecido em
benefícios, diz Pereira. E, se algum contrato for celebrados antes da
medida de desoneração, certamante haverá uma revisão dos termos
contratados.
RumoresNo meio
político, os rumores são de que será publicado, ainda na segunda
quinzena deste mês, umpacotaço com medidas relacionadas a PPPs e a
concessões, em especial de estradas, portos e aeroportos. Agora, a
movimentação se dá no sentido de desoneração da economia comoumtodo, e
os incentivos às PPPs podem sair no bojo do debate sobre a retomada do crescimento econômico, avalia o deputado Jilmar Tatto, líder do PT na Câmara Federal.
A
medida tem de vir logo, até porque o PAC empacou, diz Guilherme Afif
Domingos, vicegovernador de São Paulo e presidente do Conselho Gestor do
Programa Estadual de Parcerias Público-Privadas. Pode vir nesse pacote
da presidente. No setor privado, o otimismo é menor, mas a previsão é de
que o governo não deixará de implementar a desoneração nos próximos
meses a fim de favorecer o aquecimento da atividade econômica.
O calendário eleitoral atrapalhou muito, mas as empresas ainda esperam que o alívio venha ainda neste ano, diz o advogado Kleber Zanchim, sócio do escritório SABZ e professor do Insper. Ele debaterá o tema no próximo dia 23h, na conferência Modelagem de PPP: Riscos e Incertezas, do painel Contratação Pública, organizado pelo IBC Brasil em São Paulo.
O calendário eleitoral atrapalhou muito, mas as empresas ainda esperam que o alívio venha ainda neste ano, diz o advogado Kleber Zanchim, sócio do escritório SABZ e professor do Insper. Ele debaterá o tema no próximo dia 23h, na conferência Modelagem de PPP: Riscos e Incertezas, do painel Contratação Pública, organizado pelo IBC Brasil em São Paulo.
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